domingo, 7 de agosto de 2011

*Ω*Poesiasa Gaúchas*Ω*

Buenas a Guauchada que esta aqui prestigiando meu blog, meu blog é sobre poesias gauchas,eu postarei aqui no meu blog toda demana poesias novas. 
 Eu me chamo Wesley Kevin Radaelli,danço no C.T.G Giuseppe Garibalde da 24º ragião tradicionalista e um muito obrigado a toda essa gauchada que esta aqui vendo meu blog.
 
 
 
 
 
 
MINHA BIOGRAFIA
Albeni Carmo de Oliveira

Nesta minha vida gaudéria
Andei por muitas querências,
Sorvi tragos de existência
Nos lugares que passei.
Muitos amigos deixei
Espalhados por aí,
E nas andanças aprendi
Muito do que hoje eu sei.

Nasci na encosta de um cerro
Pros lados de São Vicente,
E desde que me conheço por gente
Que procuro andar direito
Já fiz do campo meu leito
E de coberta o luar,
E chegue onde chegar
Trato a todos com respeito.

Minha mãe, a Dona Santa.
Meu pai o Seu Salvador.
Me ensinaram o valor
De ser honesto e ordeiro,
Pois não é só com dinheiro
Que se tem a felicidade.
Vale muito uma amizade
Na hora do desespero.

Gosto muito de crianças
Por serem uma esperança.
Sou contra ódio ou vingança
Inveja ou falsidade,
E a cavalo na verdade
Cavalgo de peito aberto
Dou razão a quem é certo
Vivo assim sem ter maldade.

Tenho medo das injustiças
Que muitos valores consomem.
Nunca vi o tal lobisomem
Boitatá ou coisa assim,
E o que fazem por mim
Retribuo com carinho
Sigo em frente meu caminho
Por este mundo sem fim.

Acho lindo um ginete
No lombo de um redomão,
Gritando sem ir ao chão
Deixando o bicho domado.
P'ra me chegar não tem lado
É só chegar com respeito,
E trago dentro do peito
Orgulho do meu Estado.

Não gosto muito de brigas,
Mas não me assusto de peleias,
E se vejo a coisa feia
Procuro sair folgado,
Pois nunca fui assustado
E nunca corri de valente,
Quando não passo de frente
Quadro o corpo e vou de lado.

Por ser assim meus amigos,
Não ligo p'ra preconceito
Com chinoca tenho jeito
Nas carreiradas do amor.
Se me saio vencedor
Sei cobrar o merecido
Mas também se sou vencido,
Sei dar o justo valor.

Nunca gostei de arruaças
Nem de dançar de carancho,
Gosto de bailes de rancho
Com uma gaita de botão,
Pois conservo a tradição
Que herdei dos antepassados
E onde eu tenho chegado
Eu deixo recordação.

Admiro o patrão
Que dá valor ao empregado.
P'ra defender meu Estado
Eu luto alegre e contente,
E por ser de São Vicente
Sou simples e não tenho luxo,
Mas morro queimando cartucho
P'ra defender nossa gente.

E agora p'ra arrematar
Deixo a minha saudação,
Sincera e com emoção
Para vocês eu escrevi
Se de algo me esqueci
O coração não esquece,
E p'ra quem não me conhece
Eu me chamo Albeni.

  






LAÇADA DE UM OLHAR
Albeni Carmo de Oliveira

Eu sempre fui gaudério
E quando parava na estrada
Era para alguma sesteada,
Ou beber água em vertente.
Me deparo num repente
Com o olhar de uma China,
E tombo de relancina
Já não sou mais o valente.

Quando o olhar desta prenda
Parou em mim um segundo,
Me senti o dono do mundo
Sem mais em nada pensar,
Até que quis disfarçar
Mas me fiz um prisioneiro,
Eu que sempre fui campeiro
Fui num olhar me enredar.

Pelos potreiros da vida
Passei sempre mui gaudério,
Mas neste olhar de mistério
Estanquei meu redomão.
Ficou de rédeas no chão
Quem nunca fora domado,
Agora ali alquebrado
O meu pingo redomão.

O seu olhar refletia
Desejos de mil amores.
Um jardim cheio de flores
Com orvalho de carinhos,
Eram os próprios caminhos
Que sonhei trilhar um dia,
Era grande sinfonia
No cantar dos passarinhos.

Naquele olhar encontrei
Uma cacimba encantada,
Era a própria alvorada
No amanhecer do meu eu.
Rio dos sonhos que correu
Ao oceano da alegria,
Era a própria poesia
Escrita que ninguém leu.

Por isso jamais esqueço
Este olhar que me laçou,
Só na lembrança ficou
este mistério guardado.
E onde tenho passado
Procuro ver outra vez,
Aquele olhar que me fez
Um eterno apaixonado.
 
 
 
 
 
 
 
 
MINHA HERANÇA
Albeni Carmo de Oliveira

Eu sei que nesta minha vida
De trovador campesino,
Tenho que seguir meu destino
De peão humilde e sem luxo.
Mas agüentando o repuxo
Sem nunca correr de grito,
Pois acho o verso bonito
Quando escrito bem gaúcho...

Não tem noite, não tem dia
P'ra mim andar campereando,
E a inspiração vou tropeando
Na invernada do peito.
Sempre com calma e com jeito
P'ra não cair do cavalo.
Mas sempre no pago falo,
Nos versos que tenho feito!

Pois estes versos bem simples
Fáceis de ser entendidos;
São como peões reunidos
Para fazer campereada,
E juntar na invernada
Letras que são bois desgarrados.
Mas que depois de ajuntados
Ficam uma tropa formada.

E é no trançar de uma poesia
Ou no laçar de uma estrofe,
Que às vezes o poeta sofre
E se enrosca na espora.
Mas se solta sem demora
E tudo vai ajeitando,
A rima sai corcoveando
Que nem potro campo fora.

Não gosto de falsidades
Nem de peão bajulador;
E procuro dar valor
Para aquele que merece.
às vezes rezo uma prece
P'ra quem vive com maldade,
Pois quem faz a caridade
O patrão velho não esquece.

Minha alma é a caneta
Defendendo o que é da terra,
Mas nunca vou propor guerra
Pois sei o que é direito;
A tinta p'ra mim tem proveito
E o papel muito valor,
Escrevo com qualquer cor
Pois não tenho preconceito...

Minhas rimas correm o pago
Como um peão domador,
Que para muitos tem valor
Pela altivez, pelo porte,
E correm de Sul a Norte
Parando em qualquer querência.
Mostrando sua procedência
E a fibra de um índio forte.

Não quero ganhar fortunas,
Pois não escrevo por dinheiro,
Minha mente é um potreiro
E até onde a idéia alcança,
Tem tesouros de esperança
Que ninguém vai destruir,
E tudo o que eu construir
Deixo a vocês como herança!...